quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Algo para se agarrar....

'Garoto Cósmico' faz tributo à simplicidade, diz autor

Longa de animação nacional estréia oficialmente esta sexta (11).
Todo em 2D, desenho tem como público crianças de 5 a 11 anos.

Em tempos de hegemonia da animação digital, com alguns dos maiores blockbusters da história do cinema sendo produzidos 100% por computador, o animador brasileiro Alê Abreu resolveu nadar contra a corrente. Seu "Garoto Cósmico", longa-metragem primogênito que estréia esta sexta (11) nas principais capitais do país, foi praticamente todo feito na ponta da lápis e com apenas dois das centenas de milhões de dólares necessárias para produzir uma animação 3D em Hollywood nos moldes de "Shrek" e cia.

Diferentemente da "concorrência", também, o filme de Abreu - que levou sete anos para ficar pronto - não funciona em camadas, com piadas para crianças e adultos e dezenas de referências pop. Mais adeqüado para um público de 5 a 11 anos, o longa conta a história de Cósmico, Luna e Maninho, três amigos que escapam do rígido Planeta das Crianças, um lugar onde têm hora para tudo, e acabam parando por acidente no circo do excêntrico Giramundos - na voz de Raul Cortez, naquele que é provavelmente seu último trabalho no cinema.

Enquanto tentam buscar o caminho para casa, os meninos vão se apaixonando pelas coloridas criaturas do planeta de Giramundos e descobrindo que seguir horários e regras não é tudo na vida. Sempre à espreita está o terrível Maçaroca, um enorme monstro de sombras que faz tudo o que ele toca virar chato.

Tributo à simplicidade

"O filme partiu da idéia de falar sobre simplicidade e de que toda a concepção visual e gráfica fossem nesse caminho. É um tributo às coisas simples da vida, dos questionamentos mais básicos", explica Alê Abreu, 36, que é também ilustrador de livros infantis e autor de curtas-metragens de animação e chegou a pensar em dividir "Garoto Cósmico" em três partes.

"No início eu não sabia se conseguiria fazer um longa. Naquela época, não existiam leis de apoio específicas para filmes animados e [a animação por] computador era uma coisa que estava ainda muito no começo", conta. "Tinha o Walbercy [Ribas], que levou 18 anos fazendo 'O Grilo feliz'. Não queria que isso acontecesse comigo."

E não aconteceu. Com ajuda de patrocínios e de uma equipe de 150 pessoas, Abreu botou o projeto de pé em seu próprio Estúdio Elétrico e promoveu a primeira sessão do longa em fevereiro de 2007 no Cinesesc, em São Paulo. Em julho, o longa foi um dos destaques do festival Anima Mundi e acertou distribuição com a Downtown Filmes.

De olho no impulso do lançamento nacional de "Garoto Cósmico", a editora FTD pretende lançar um livro inspirado no filme. Já uma continuação, como é praxe nas principais animações hollywoodianas, ainda está longe dos planos de Abreu. "Para o que vivemos no Brasil, tudo isso já foi um vôo bem alto", conclui o diretor.



fonte: G1 - Cinema

Parece tímido, mas é uma faísca que pode fazer algum foguinho para aquecer a muito congelada indústria de animação nacional... e onde há fogo, há fumaça!

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